26.2.12

alice e seu amor reprimido

de uns tempos pra cá, venho observando o comportamento de alice.
alice perdeu a linha. bebe desenfreada. ri, nunca goza e sempre acorda arrependida.

alguns dizem que foi um amor que chegou ao fim, outros que ela nunca teve amor por ninguém.
eu acho que alice era muito amor, algo deu errado na receita, e hoje ela é tão densa.
ela consegue derrubar o ambiente só por se aproximar.

alice e seus cabelos longos, negros, lindos!
alice e suas garrafas, metros e metros de garrafas.
alice e seu amor reprimido, seu ódio forçado.
nada disso combina com alice, mas é o estado em que ela se encontra.

as vezes me pergunto: será que ela não vê que ela puxa as pessoas pra baixo?
será que ela não acordará nunca?

vai insistir nessa anestesia que corroí, até quando?
até todos os que queriam estar com alice, abrirem mão?

uma energia ruim, quando ela passa luzes estouram, vidros caem aos pedaços, cacos.
cortam, fazem doer na carne o que alice vem sentindo doer na alma.
as pessoas estão começando a sentir pena de alice.
pena é um sentimento tão escroto.

nunca me senti forte o suficiente pra sentir pena de alguém.

alice não precisa disso, alice é uma das mulheres mais interessantes com quem já estive.
gosto de observa-la sendo o que nunca foi. tento ver se ainda encontro aquele sorriso doce.
os planos mirabolantes.

alice, alice!
alice e seus cabelos longos, negros, lindos!
alice e seu coração despedaçado.
e os pés descalços.
alice e essa mania de fingir ódio, onde se tem amor.