4.8.12

sobre telefonemas e usuários inexistentes

o tempo faz coisas engraçadas com os homens.
me vi te telefonando as quatro da tarde pra saber se você respirava, ainda.
a operadora telefônica me disse que seu número não existia mais.
que coisa é a vida, não?

íntimos, nós fomos, não se pode negar.
estranhos nós nos tornamos e desde então, somos.

ser, o que é o ser?
as tais portas da percepção se abrem quando se toma ciência de que 
não passamos de um pedaço de carne.

quando se está disposto a meter a mão dentro do tronco e estilhaçar tudo que habita dentro,
passa-se a ver o universo com outros olhos, olhos de quem morre mais do que vive.
e que a cada morte, nasce e cresce. 

torna-se então, mais forte, mais conciso. 

vivência-se a morte a cada dia.
ainda em vida. 









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