6.3.12

pra me libertar da minha velha companheira

pra me libertar da minha velha companheira:

ergui todos os moveis, varri a casa toda
lavei as janelas, joguei água em tudo
esfreguei o chão ...
joguei fora os papéis que ela deixou espalhados pela casa
não queria ter que abrir mão de tudo
sabe, de todas as coisas que fizemos por aqui,
mas ela tinha que ir embora, e pra isso eu teria que abrir mão.

não é tão simples, não é uma simples faxina
eu estava realmente decidida a deixa-la ir
quanto tempo eu gastei nessa?
uns 3 maços.

mudei os moveis de lugar, pra dar a sensação de que tudo era novo
eu ainda sou nova.
posso recomeçar quantas vezes me for preciso.
ela entendeu e partiu.

não houve beijo de despedida, nem abraço, nem pedidos e felicitações.
adotei uma arvore, tá no quintal
a roupa de cama cheira amaciante
me sinto fresquinha e só ando descalça
manter os pés no chão faz parte da realidade, só que não vou fincar raiz aqui e nem lá
um poeta disse uma vez, que arvores não dançam, ele tinha razão

sou barlarina, meu fogo acende durante a noite
e eu tenho dias lindos!
converso com as nuvens, andei pensando em adotar um pé de manga
dois coelhos e um cavalo
será que cabe aqui?

a casa é grande e eu vejo tanto espaço, na casa e no coração!