8.11.12

Despida de palavras, nua de alma

Eu me permiti, eu permiti que me vissem nua, despida de tudo que se possa imaginar, as palavras, estas são enganosas. Deixei que ele me visse no meu estado primitivo, suando frio, berrando, deixei que ele visse minha fragilidade. E então pequei, deixei que visse meu coração e que o tocasse com as pontas dos dedos. Me feri. Me abro agora, nessas linhas, por que preciso derramar, me ocorre que é necessário expulsar seu demônio de mim. O que resta agora, são os filtros dos cigarros que fumei, noites a fio. São os restos nos copos, as sobras de comida. E o meu penar. Eu já disse uma vez, a você terno leitor, que amar me doía as pontas dos dedos, e desamar, me dói o corpo todo. Tenho tido uma vida tranquila, sem muita bagunça, eu diria até que tenho sido saudável. Nunca mais se ouviu dizer que me derramei em bebidas, que amanheci n'algum lugar onde os fracos, os indignos, os sacanas se encontram. Não, não! Eu tenho sido uma menina, não, não estou mais na condição de menina, tenho sido uma mulher paciente com a vida, com você, caro leitor.
Avistei o fim do que só nasceu em mim, há alguns dias. Chorei antes de dormir, como uma boa garota.
Então, mais uma vez, me ocorreu que não deveria doer, não marcara nada. É tudo coisa da cabeça de gente carente, gente feito eu. Que se abre e se fecha, no ritmo d'uma valsinha de amor. Mas nessas aberturas e fechaduras, engraçado isso não é mesmo? pois bem, nessas mudanças repentinas, existe uma certeza, sempre me dispo da verdade, das palavras, das ironias do coração, estou nua de alma.

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