9.5.12

Sobre mim mesma.

Foi estranho não se estranhar por alguns instantes.
Olhar-me e não encontrar-me em nada. Nem mesmo em mim.
Talvez isso que eu tenha me tornado, tenha afastado muita gente querida de mim.
Essa minha falta de jeito no tratar. No doar-se.
Se não me entrego, machuca. E se me entrego então, assusta, machuca, fere fundo.
Vontade de ser só, só ser. E pronto.
Não foi ele, nem ela e nem o Gabriel que me fizeram assim, fui eu.
Desgarrada, livre? Livre? Não é liberdade quando se está amargo. É solidão doída e doida.
Mas veja bem, existe a vida, e na vida os goles, os bigodes, os gatos, os elefantes, pés de pitanga.
Existe o sentir e o contato.